01/01/2005 O tempo pascal compreende cinquenta dias (em grego = "pentecostes"), vividos e
celebrados como um só dia: "os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição
até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se
se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo" (Normas
Universais do Ano Litúrgico, n 22).
O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e
celebrado durante sete semanas até Pentecostes. É a Páscoa (passagem) de Cristo,
do Senhor, que passou da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É
a páscoa também da Igreja, seu Corpo, que é introduzida na Vida Nova de seu
Senhor por emio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes. A
origem desta cinquentena remonta-se às origens do Ano litúrgico.
Os judeus tinha já a "festa das semanas" (ver Dt 16,9-10), festa inicialmente
agrícola e depois comemorativa da Aliança no Sinai, aos cinquenta dias da
Páscoa. Os cristãos organizaram rapidamente sete semanas, mas para prolongar a
alegria da Ressurreição e para celebrar ao final dos cinquenta dias a festa de
Pentecostes: o dom do Espírito Santo. Já no século II temos o testemunho de
Tertuliano que fala que neste espaço de tempo não se jejua, mas que se vive uma
prolongada alegria.
A liturgia insiste muito no caráter unitário destas sete semanas. A primeira
semana é a "oitava da Páscoa', em que já por irradiação os batizados na Vigília
Pascal, eram introduzidos a uma mais profunda sintonia com o Mistério de Cristo
que a liturgia celebra. A "oitava da Páscoa" termina com o domingo da oitava,
chamado "in albis", porque nesse dia os recém batizados deponían em outros
tempos as vestes brancas recebidas no dia de seu Batismo.
Dentro da Cinquentena se celebra a Ascensão do Senhor, agora não necessariamente
aos quarenta dias da Páscoa, mas no domingo sétimo de Páscoa, porque a
preocupação não é tanto cronológica mas teológica, e a Ascensão pertence
simplesmente ao mistério da Páscoa do Senhor. E conclui tudo com a vinda do
Espírito em Pentecostes.
A unidade da Cinquentena que dá também destacada pela presença do Círio Pascal
aceso em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Os vários domingos
não se chamam, como antes, por exemplo, "domingo III depois da Páscoa", mas
"domingo III de Páscoa". As celebrações litúrgicas dessa Cinquentena expressam e
nos ajudam a viver o mistério pascal comunicado aos discípulos do Senhor Jesus.
As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo na Santa Missa
estão organizados com essa intenção. A primeira leitura é sempre dos Atos dos
Apóstolos, a história da igreja primitiva, que em meio a suas debilidades, viveu
e difundiu a Páscoa do Senhor Jesus. A segunda leitura muda segundo os ciclos: a
primeira carta de São Pedro, a primera carta de São João e o livro do Apocalipse.
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