02/01/2005 494. Ao anúncio de que ela dará a luz ao “Filho do Altíssimo” sem conhecer
varão, pela virtude do Espírito Santo,134 Maria respondeu pela obediência da fé”
(Rm 1, 5), segura de que “nada há impossível para Deus”: “Eis aqui a escrava do
Senhor: faça-se em mim segundo sua palavra” (Lc 1, 37-38). Assim dando seu
consentimento à palavra de Deus, Maria chegou a ser Mãe de Jesus e, aceitando de
todo coração a vontade divina de salvação, sem que nenhum pecado o impedisse,
entregou-se a si mesmo por inteiro à pessoa e à obra de seu Filho, para servir,
em sua dependência e com ele, pela graça de Deus, ao Mistério da Redenção :135
Ela, em efeito, como diz são Irineu, “por sua obediência foi causa da salvação
própria e da de todo o gênero humano”. Por isso, não poucos Padres antigos, em
seu predicação, coincidiram com ele em afirmar: “o nó da desobediência da Eva
desatou a obediência da Maria. O que atou a virgem Eva por sua falta de fé o
desatou a Virgem Maria por sua fé”. Comparando-a com Eva, chamam a Maria ’Mãe
dos viventes’ e afirmam com maior freqüência: “a morte veio por Eva, à vida por
Maria”.136
A maternidade divina de Maria
495. Chamada nos evangelhos “a Mãe de Jesus” (Jo 2, 1; 19, 25,137) Maria é
aclamada sob o impulso do Espírito como “a mãe de meu Senhor” desde antes do
nascimento de seu filho (Lc 1, 43). Em efeito, aquele que ela concebeu como
homem, por obra do Espírito Santo, e que se feito verdadeiramente seu Filho
segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da
Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus
[“Theotokos”].138
509. Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus' porque é a Mãe do Filho Eterno de
Deus feito Homem, que é Deus mesmo.
2677. “Santa Maria, Mãe de Deus, roga por nós...” Com Isabel, maravilhamo-nos e
dizemos: “De onde a mim que a mãe de meu Senhor venha para mim?” (Lc 1, 43).
Porque dá a Jesus seu filho, Maria é mãe de Deus e nossa mãe; podemos lhe
confiar todos nossos cuidados e nossas petições: ora por nós como ela orou por
si mesmo: “Faça-se em mim segundo sua palavra” (Lc 1, 38). Nos confiando a sua
oração, abandonamo-nos com ela na vontade de Deus: “Faça-se sua vontade”.
III. TESTEMUNHO CRISTÃO
As palavras «Eis aqui a escrava do Senhor» expressam o fato que desde o começo
Ela acolheu e entendeu a própria maternidade como doação total de si, de sua
pessoa, a serviço dos intuitos salvíficos do Altíssimo... (João Paulo II,
Redemptoris Mater, 36).
IV. SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA HOMILIA
A. Anotação bíblico-litúrgico
Os pastores «encontraram Maria, José e o Menino deitado no presépio». Esse
Menino é o «Salvador, o Messias, o Senhor». O Deus encarnado, o Emanuel.
O texto da segunda leitura se inclui nos fundamentos bíblicos da Maternidade
Divina: «Deus enviou a seu Filho nascido da mulher, nascido sob a Lei».
A primeira leitura oferece uma bênção sóbria e muito belo em sua forma e de
plena atualidade por seu conteúdo para começo de um Ano Novo e para a Jornada da
Paz.
B. Conteúdos do Catecismo da Igreja Católica
A fé:
A maternidade divina da Maria: 494-495.
A resposta:
O culto à Santíssima Virgem: 971.
Em comunhão com a Santa Mãe de Deus: 2673-2679.
C. Outras sugestões
Maternidade de Maria. Como os pastores, contemplamos nós pela fé a Maria Mãe do
Menino, recostado em um presépio que é o Salvador, o Messias, o Senhor. Como
eles glorifiquemos a Deus.
O tema da «paz» deve apoiar-se no texto da primeira leitura: «O Senhor volte seu
rosto para ti e te conceda a paz». Maria é a Mãe de Jesus, chamado «Príncipe da
Paz» (Is 9,5) e «é nossa paz» porque criou em si mesmo dos dois povos um só
homem novo fazendo a paz (Ef 2, 14 e ss.).
A bênção para o Ano Novo, segundo o texto da primeira leitura, tem que se
entender: como preservação do mal físico e moral, sentido negativo. Em sentido
positivo, é súplica do favor de Deus sobre todos e cada um dos homens com suas
dificuldades, seus problemas, seus temores.
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