02/01/2005 O dogma da Assunção se refere a que a Mãe de Deus, ao cabo de sua vida terrena
foi elevada em corpo e alma à glória celestial.
Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950, na
Constituição Munificentissimus Deus:
"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do
Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria
sua peculiar benevolência;
para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da
morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda
a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados
apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser
dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria,
terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do
céu".
Agora bem, Porquê é importante que os católicos recordemos e aprofundemos no
Dogma da Assunção da Santíssima Virgem Maria ao Céu?
O Novo Catecismo da Igreja Católica responde à esta interrogação:
"A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na
Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais
cristãos"(966).
A importância da Assunção para nós, homens e mulheres do começo do Terceiro
Milênio da Era Cristã, radica na relação que existe entre a Ressurreição de
Cristo e nossa. A presença de Maria, mulher da nossa raça, ser humano como nós,
quem se encontra em corpo e alma já glorificada no Céu, é isso: uma antecipação
da nossa própria ressurreição.
Mais ainda, a Assunção de Maria em corpo e alma ao céu é um dogma da nossa fé
católica, expressamente definido pelo Papa Pio XII pronunciando-se "ex-cathedra".
E... Quê é um Dogma?
Posto nos termos mais simples, Dogma é uma verdade de Fé, revelada por Deus (na
Sagrada Escritura ou contida na Tradição), e que também é proposta pela Igreja
como realmente revelada por Deus.
Neste caso se diz que o Papa fala "ex-cathedra", quer dizer, que fala e
determina algo em virtude da autoridade suprema que tem como Vigário de Cristo e
Cabeça Visível da Igreja, Mestre Supremo da Fé, com intenção de propor um
assunto como crença obrigatória dos fiéis católicos.
O Novo Catecismo da Igreja Católica (966) nos explica assim, citando a Lumen
Gneitium 59, que à sua vez cita a Bula da Proclamação do dogma:
"Finalmente a Virgem Imaculada, preservada livre de toda macha de pecado
original, terminado o curso da sua vida terrena foi levada à glória do Céu e
elevada ao trono do Senhor como Rainha do Universo, para ser conformada mais
plenamente a Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte".
E o Papa João Paulo II, em uma das suas catequeses sobre a Assunção, explica
isto mesmo nos seguintes termos:
&"O dogma da Assunção, afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois de sua
morte. Com efeito, enquanto para os demais homens a ressurreição dos corpos
ocorrerá no fim do mundo, para Maria a glorificação do seu corpo se antecipou
por singular privilégio" (JPII, 2- Julho-97).
"Contemplando o mistério da Assunção da Virgem, é possível compreender o plano
da Providência Divina com respeito a humanidade: depois de Cristo, Verbo
Encarnado, Maria é a primeira criatura humana que realizou o ideal escatológico,
antecipando a plenitude da felicidade prometida aos eleitos mediante a
ressurreição dos corpos" (JPII, Audiência Geral do 9-julho-97). Continua o Papa:
"Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que 'escutam a Palavra de Deus
e a cumprem'(Lc. 11,28). Nos estimula a elevar nosso olhar às alturas onde se
encontra Cristo, sentado à direita do Pai, e onde também está a humilde escrava
de Nazaré, já na glória celestial"(JPII, 15-agosto-97).
Os homens e mulheres de hoje vivemos pendentes do enigma da morte. Ainda que o
enfoquemos de diversas formas, segundo a cultura e crenças que tenhamos, por
mais que o evadimos em nosso pensamento por mais que tratemos de prolongar por
todos os meios ao nosso alcance nossos dias na terra, todos temos uma
necessidade grande desta esperança certa de imortalidade contida na promessa de
Cristo sobre nossa futura ressurreição.
Muito bem faria a muitos cristãos ouvir e ler mais sobre este mistério da
Assunção de Maria, o qual nos diz respeito tão diretamente. Por quê se chegou a
difundir-se a crença no mito pagão da re-encarnação entre nós? Se pensamos bem,
estas idéias estranhas à nossa fé cristão vieram metendo-se na medida em que
deixamos de pensar, de predicar e de recordar aos mistérios, que como o da
Assunção, têm a ver com a outra vida, com a escatologia, com as realidades
últimas do ser humano.
O mistério da Assunção da Santíssima Virgem Maria ao Céu nos convida a fazer uma
pausa na agitada vida que levamos para refletir sobre o sentido da nossa vida
aqui na terra, sobre o nosso fim último: a Vida Eterna, junto com a Santíssima
Trindade, a Santíssima Virgem Maria e os Anjos e Santos do Céu. O fato de saber
que Maria já está no Céu gloriosa em corpo e alma, como nos foi prometido aos
que façamos a Vontade de Deus, nos renova a esperança em nossa futura
imortalidade e felicidade perfeita para sempre.
|